domingo, 4 de julho de 2010

MINHA TERRA, MINHA HISTÓRIA - VALENÇA - BAHIA.



Valença

Por ocasião do descobrimento do Brasil, o atual território do município de Valença era habitado pelos índios Tupiniquins, de índole relativamente pacífica.
Quando D. João III, rei de Portugal, dividiu o Brasil em Capitanias Hereditárias em 1534, aquela área ficou pertencendo à Capitânia de Ilhéus, sob a jurisdição da Vila de Nossa Senhora do Rosário de Cairu, local onde se iniciou o povoamento.
Entre as pessoas que chegaram primeiro à região, provavelmente nos anos 1557 e 1571, estava Sebastião de Pontes, homem abastado, dono de engenhos no Recôncavo e responsável por obras que deram início à construção da cidade; instalação de um novo e grande engenho de açúcar, a duas léguas do foz do Rio Una, e também de uma igreja, sob a invocação de São Gens, com três capelas de abóbadas.
A administração de Pontes foi, entretanto, interrompida em 1573 ou 1574, em virtude de ter sido levado preso para Portugal, a mando do rei, por ter castigado duramente um mascate que lhe infligira ofensas. Temeroso de enfrentar Sebastião de Pontes em seus domínios, o governo português mandou ao Morro de São Paulo um navio de guerra, com o pretexto de consertar avarias. Seu comandante visitou Pontes no Engenho do Una e, ardilosa e traiçoeiramente, convidou-o para uma visita ao navio. Sebastião de Pontes, atraído a bordo, quando ali almoçava foi, então, inteirado da verdade, metido a ferros e transportado para Lisboa. Recolhido à cadeia do Limoeiro, ali acabou os seus dias. Com o desaparecimento de Sebastião de Pontes, a região entrou em decadência e foi invadida pelos índios Aimorés, fato que muito atribuiu para retardar a colonização e o progresso do território de Valença.
Anos depois, já no século XVIII, após sangrentas represálias infligidas aos Aimorés pelos bandeirantes do paulista João Amaro Maciel, o desenvolvimento novamente tomou conta da região, justificando a proposta que fez ao governo o ouvidor da Comarca de Ilhéus, desembargador Baltazar de Oliveira, para a criação de uma vila no então povoado de Una.
Aprovada a proposta do ouvidor, foi determinada pela Carta Régia de 23 de janeiro de 1799 a criação da Vila de Nova Valença do Santíssimo Coração de Jesus, com território desmembrado do município de Cairu. Finalmente, pela resolução n.º 368, de 10 de novembro de 1849, a sede municipal recebeu o foro de cidade sob a denominação de Industrial Cidade de Valença, tendo em vista, a fundação em 1848, da fábrica de tecidos Nossa Senhora do Amparo (atual Companhia Valença Têxtil), umas das primeiras montadas no país e, seguramente, a primeira movida a energia gerada por turbinas hidráulicas.

(Texto extraído da publicação em três volumes, CIDADES DO CACAU, da CEPLAC, Ilhéus, Bahia, 1982)

Nenhum comentário:

Postar um comentário